domingo, 24 de janeiro de 2010

Zilda Arns, Mãe da Pátria.

Pode-se repetir que ninguém é insubstituível, mas a dra. Zilda Arns, vítima do terremoto que arruinou o Haiti, era sim uma pessoa imprescindível. Nela mostrava-se imperceptível a distância entre intenções e ações. Formada em medicina e movida por profundo espírito evangélico - era irmã do cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo -, fundou a Pastoral da Criança, alarmada com o alto índice de mortalidade infantil no Brasil.
Em iniciativas de voluntariado se podem mapear dois tipos de pessoas: as que, primeiro, agem, põem o bloco na rua e depois buscam os recursos; e as que se enredam no cipoal das fontes financiadoras e jamais passam da utopia à topia.

Zilda Arns arregaçou as mangas e, inspirada na pedagogia de Paulo Freire, encontrou, primeiro, os recursos humanos capazes de mobilizar milhares de pessoas em prol da drástica redução da mortalidade infantil: mães e pais das crianças, de 0 a 6 anos, atendidas pela Pastoral, transformados em agentes multiplicadores.


Ela, sim, fez o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde chega a Pastoral da Criança, o índice de mortalidade infantil cai, no primeiro ano, no mínimo 20%.

Seu método de atenção às gestantes pobres e às crianças desnutridas tornou-se paradigma mundial, adotado hoje em vários países da América Latina e da África. Por essa razão ela se encontrava no Haiti, onde pagou com a morte sua dedicação em salvar vidas.

Trabalhamos juntos no Fome Zero. No lançamento do programa, em 2003, ela discordou de se exigir dos beneficiários comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, ressaltamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

Em março de 2004, no momento em que o governo trocava o Fome Zero pelo Bolsa Família, ela me convocou a Curitiba, sede da Pastoral da Criança. Em reunião com José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB, debatemos as mudanças na área social do governo. Expus as tensões internas na área social, sobretudo a decisão de se acabar com os Comitês Gestores, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública.

Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social.

Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado se combinassem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

Dias após a reunião, ela publicou, neste espaço da FOLHA, o artigo "Fôlego para o Fome Zero", no qual frisava que a política social "não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria".

E alertava: "Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; por reforçar o poder de prefeitos e vereadores que nem sempre primam pela ética e pela lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores."

O apelo da mãe da Pastoral da Criança não foi ouvido. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda.

Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma sociedade com ações comunitárias, voluntárias, da sociedade civil, ainda que o poder público e a iniciativa privada permaneçam indiferentes ou adotem simulacros de responsabilidade social.

Se milhares de jovens e adultos brasileiros sobrevivem, hoje, às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o titulo perene de Mãe da Pátria.

Fonte: Frei Betto * Adital

Teologia Livre

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

SANTA INÊS


Tambem conhecida com Santa Agnes
Virgem e martir do século III, segundo a tradição vinha de uma família nobre e rica e a medida que crescia se tornava uma linda donzela de sedutora beleza. Seus cabelos vermelhos e longos ascendia os desejos dos jovens romanos. Mas ela, havia prometido castidade perpétua e sofreu várias tentativas de violações, sempre orando a Jesus para protege-la.Assim, o primeiro homem que a quiz violar foi cegado por um raio de luz. Santa Inês o perdoou e ele pode ver de novo.
Foi então denunciada como sendo cristã. Prenderam-na e a torturam para que ela oferecesse sacrifícios aos desuses romanos e como ela recusasse, levaram-na para um Bordel, mas o homem que tentou violenta-la foi morto por um raio de luz.(este Bordel ainda existe com uma inscrição do Papa Damasus I, assim é provável que esta historia seja verdadeira).O Bordel era debaixo do Arco do Estádio de Dominitian onde é hoje a Praça Novona. O Arco forma a Cripta da Igreja de Santa Agnes em Agone.
Diz a tradição que foi acesso uma fogueira para ela ser queimada e quando colocada na pira ela orou e o fogo milagrosamente se extinguiu. Colocada para ser desmembrada por cavalos, os seus punhos eram muito pequeninos e não havia grilhões de ferros para ela. Tentaram amarra-la com correntes mas as correntes escorregaram em seu corpo, e as que ficavam, simplesmente arrebentavam. Finalmente foi decapitada com a espada. Por causa da influencia de sua família seu corpo não foi atirado no rio(como era costume) e foi enterrado no cemitério da família e hoje forma a catacumba dela e é ao lado da igreja dedicada a ela na Via Nomentana.
Vários milagres foram reportados em sua tumba e creditados a sua intercessão e sua fama se espalhou rapidamente.Quando o Imperador Constantino quis ter sua filha batizada, ele o fez perto do local da igreja de Santa Agnese Fuori le Mura que foi erigida por ele sobre sua tumba. Em 382 o Papa Damasus I, que foi o primeiro a chamar Roma de "Sé Apostólica", restaurou a igreja de Santa Agnes.Durante o reinado do Papa Paulo V as relíquias de Santa Agnes foram encontradas no santuário da igreja.
Agnes significa em grego casta, e em latim ovelha.
Talvez por isto na arte litúrgica da Igreja ela é representada sempre segurando uma ovelha.
Na sua festa, uma ou duas ovelhas são abençoados na sua igreja em Roma e de sua lã se faz alguns "palliuns" (duas tiras de lã branca) a qual o Papa confere aos Arcebispos como símbolo de sua jurisdição.
Ela é mencionada na Primeira Prece Eucarística
Segundo a tradição a Santa Inês ajuda a encontrar um noivo para um feliz casamento.
É padroeira da pureza e da castidade e é invocada na proteção da castidade.
Sua festa é celebrada em 21 de Janeiro

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sebastião, Soldado e Mártir

Sebastião foi um dos muitos soldados romanos que por sua fé em Jesus foi martirizado. É uma pena que só se pode saber de sua história através das atas de seu martírio que foram escritas dois séculos mais tarde. Em quase todas as atas de martírios de santos e santas, os escribas tinham ordens de colocarem muitos detalhes do martírio e dar pouca ênfase ao martirizado.(isto era para assustar os futuros cristãos visto que as atas eram colocadas na cidade onde ocorria o martírio, e na biblioteca de Roma).Um soldado do exército, nosso santo nasceu em Narbona, França, no final do seculo III e desde muito pequeno seus pais mudadaram para a Milao onde cresceu e foi educado. Seu pai era millitar e nobre e ele quiz seguir a carreira do pai, chegando a ser capitão da primeira corte de guarda pretoriana, um cargo que só se dava a pessoas ilustres e corretas. Sua dedicação a sua carreira valeu elogios de seus companheiros e principalmente do imperador Maximiano. Cumpre recordar que o império romano na época era governado no, oriente por Diocleciano e no ocidente por Maximiano. Maximiano ignorava que Sebastião era um cristão de coração e ainda que mesmo cumprindo as suas tarefas militares, não tomava parte nos sacrifícios nem nos atos de idolatria. Sempre que podia, visitava os cristãos encarcerados e ajudava aos mais fracos, doentes e necessitados.Podia se dizer que era um soldado dos dois exércitos: o de Cristo e o de Roma.
Maximiano empreendeu uma depuração de elementos cristãos nas forças armadas expulsando todos os cristãos de seus exércitos. Cabe dizer que o soldado do exercito romano era voluntário. Só era obrigatório servir, os filhos de militares, como era o caso do nosso Sebastião. Quando um soldado o denunciou. Maximiano sentiu-se traído por Sebastião e rapidamente o chamou e exigiu que renunciasse ao cristianismo.Ante tal situação, Sebastião comunicou ao imperador que não queria renunciar as suas crenças cristãs e o imperador ordenou a sua morte. Mas Maximiano ordenou a sua morte de maneira a mais desumana. Ordenou que seus melhores arqueiros o flechassem! Os arqueiros o desnudaram, levaram-no ao estádio de Palatino, o ataram a um poste e lançaram nele uma chuva de flechas e o abandonaram para sangrar até a morte.Irene, uma mulher cristã, providencial, que apreciava os conselhos de Sebastião, junto com um grupo de amigos, foram ao local onde estava o santo, e com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo.O desamarraram e Irene o escondeu em sua própria casa e curou as suas feridas. Passado um tempo, nosso querido santo, já curado, quiz continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo a Maximiano, o qual ficou assombrado. Maximiano não deu ouvidos os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir aos cristãos e ordenou a seus soldados que o açoitassem até a morte.Outra versão conta que ele foi morto a pauladas e boladas de chumbo em 303DC e o Imperador ordenou que ele fosse jogado em um fossa de modo que os cristãos não o encontrassem.Mas mais tarde Sebastião apareceu para uma cristã chamada Lucina e disse a ela :" em certo poço você me encontrará pendurado por um gancho e você deve me enterrar nas catacumbas dos apóstolos".Na mesma noite ela e seus servos fizeram o que Sebastião ordenou.Alguns autores dizem que Lucina o enterrou no jardim de sua casa que ficava situado na Via Apia onde está hoje sua Basílica.Ele foi martirizado no ano de 287 DC. Mais tarde a Igreja construiu na parte posterior da catacumba um templo em honra do santo: A Basílica de São Sebastião que lá existe até hoje e recebe grande romaria dos seus devotos. Existe ainda uma capela em Palatino em homenagem a São Sebastião.Em baixo uma foto de uma pintura (Museu de Pushkin) mostrando Irene curando as feridas de São Sebastião.A Irene que cuidou de São Sebastião, é a Santa Irene cuja festa é celebrada no dia 30 de março.
Sua festa é celebrada no dia 20 de janeiro.
No Brasil, varias cidades tem seu nome como São Sebastião do Paraíso e São Sebastião dos Franciscos (Capitólio-MG)e nelas a igreja matriz tem o seu nome.Algumas outras cidades com o nome e padroeiro São Sebastião:São Sebastião do Barreiro-São Sebastião do CarangolaSão Sebastião do Dionísio- São Sebastião do Engenho Novo São Sebastião do Erval- São Sebastião do Gil- São Sebastião do GrotaSão Sebastião do Itatiaiuçu-São Sebastião do Monte VerdeSão Sebastião do Óculo-São Sebastião do Oeste-São Sebastião de ParaúnaSão Sebastião do Pouso Alegre-São Sebastião do Rio PretoSão Sebastião do Rio Verde- São Sebastião do Rio de Janeiro

A VIDA DE DOM BOSCO

João Bosco, fundador da ordem dos Salesianos e mentor de São Domingos Sávio. Nasceu em 1815, em Becchi, Piedment na Itália e começou seus estudos para sacerdote na idade de 16 anos, recebendo a ordenação em 1841.
Enviado para Valdocco, subúrbio de Turim ele atraiu centenas de jovens para a sua capela e seus sermões à tarde, e reabriu uma casa de pensão com sua mãe para aprendizes, seguido de uma pequena oficina de aprendizagem onde ensinava vários ofícios aos jovens. Fundou então uma Ordem para prestar esses serviços e a colocou sob a proteção de São Francisco de Salles, chamando-a de “Ordem dos Salesianos.”
Isto foi seguido em breve por uma congregação similar para as mulheres chamada de “Filhas de Maria Auxiliadora” fundada por Santa Maria Mazzarelo (veja aqui) popularmente conhecidas como " as salesianas" e na época de sua morte em 1888, a congregação tinha cerca de 1000 padres e 900 freiras. O seu trabalho era caracterizado por uma imensa paciência-nunca foi lembrado de ter punido uma criança- e grande capacidade de ensino.
Certa vez ele curou um homem de paralisia e outro da cegueira. De outra feita não havia hóstias suficientes para multidão que estava indo para a Comunhão, mas Dom Bosco fez suas orações e o Sagrado Sacramento milagrosamente multiplicou-se de modo que todos puderam receber a comunhão.
Hoje existem cerca de 40.000 salesianos (padres e irmãs) trabalhando em 120 paises. Eles cuidam de 220 orfanatos, 219 clínicas e hospitais, 864 creches e 3.104 escolas (das quais 287 são escolas técnicas e 59 são agrícolas).
O Papa Pio XI declarou por ocasião de sua canonização em 1934:
“ Em sua vida, o supernatural tornou-se quase natural e o extraordinário ordinário”.
Ele teria tido uma visão do que seria, o que hoje conhecemos como a cidade de Brasília. É o padroeiro de Brasília.
Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".Veja em: Nossa Senhora Auxiliadora
Escreveu o santo: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso".
Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1888 e 100.000 ou mais pessoas foram ao seu funeral ou visitaram seu corpo na igreja em Turin e toda a cidade foi vê-lo sendo carregado para seu túmulo. Mas dizem que mais de 200.000 foram ao seu funeral e oraram a ele e não por ele.
Sua festa é celebrada no dia 31 de janeiro.